segunda-feira, 2 de novembro de 2015

OBJETIVOS E PÚBLICO ALVO DO MEU BLOGUE


 Primeiramente, cumpre-me definir alguns dos objetivos mínimos do meu trabalho/blogue (seria muito fastidioso estar aqui a enumerá-los todos).

  Assim, temos como primeiros objetivos os seguintes:

1.    Dar cumprimento às diretivas emanadas da Dra. Zaira Miranda dirigidas à Dra. Emília e transmitidas aos alunos pelos respetivos Professores de Informática (referente ao projeto GrundtvgEDUOF, sobre a elaboração de um blogue pelos alunos com o apoio dos respetivos Professores)

2.    Reconhecer a preciosa utilidade das Novas Tecnologias na generalidade de toda a atividade humana, num mundo globalizado, funcionando como meio de comunicação privilegiado entre milhões de pessoas de todo o mundo, etc.

3.    Aprender a trabalhar, embora por tentativas e erros, até se atingir um nível pelo menos razoável, com essas mesmas tecnologias,  fazendo parte do meu percurso de aprendizagem.

4.    Dar a conhecer (para quem eventualmente não conheça), embora de forma mínima, deficientemente, um dos maiores vultos do século XX (e praticamente de todos os séculos) da literatura e cultura portuguesas que se tem vindo a tornar universal. Ela escreveu/trabalhou para todos: crianças, adolescentes, jovens (e menos jovens) adultos, etc. (Trata-se, pois, da Nossa Grande:       SOPHIA de MELLO BREYNER ANDRESEN).

5. Dar a conhecer (para quem eventualmente não conheça) alguns hinos e canções de inspiração cristã que nos elevem para Cristo, algumas canções românticas e algumas canções/musica clássica.

 

·       Passemos agora sumariamente a enunciar o Público Alvo do nosso trabalho/blogue:

 

Deste modo, ele (blogue) tem como destinatários “privilegiados” toda a comunidade da ULTI; porém ele destina-se também a quem queira, eventualmente precise, ou apenas tenha a bondade de visitá-lo, etc.

É evidente que estamos cientes que o conteúdo veiculado pelo nosso trabalho é mínimo e toda a comunidade que tem acesso às novas tecnologias  tem à sua disposição toda uma gigantesca serie de ferramentas (internet, redes socias, radio, televisão, imprensa, etc...)

 

 Definidos, muito sumariamente, que estão os objetivos e o público alvo, passemos agora a explicitar (resumidamente) alguns aspetos da elaboração do nosso Trabalho/Blogue.

 

Assim, temos plena consciência que o nosso trabalho/blogue se afasta de certa forma dos cânones do blogue “tradicional, oficial”, mais virado para o Marketing, para o mundo do Negócio, etc.

Por outro lado, o nosso blogue pretende conciliar o que foi e é o nosso percurso de aprendizagem/ história de vida com a temática "ASPETOS DA VIDA  E DA OBRA DE SOPHIA DE MELLO BREYNER" (conforme acordado com o respetivo PROFESSOR).

HISTÓRIA DE VIDA/PERCURSO DE APRENDIZAGEM

            


Meu nome é Adelino Matos. Nasci em 31-07-1950, em Galveias, Ponte de Sor.
 Como a grande generalidade da geração da minha época, o meu processo de aprendizagem oficial, formal  começou aos 7 anos, com a escola primária (correspondente ao atual/2014  1º ciclo do ensino básico).
Aos 10 anos terminei a escola primária. Os meus pais eram analfabetos, bastante pobres, humildes e camponeses. Por isso, por razões socioeconómicas, o meu processo de aprendizagem oficial, formal não pôde nessa altura prosseguir, apesar de ter sido o melhor aluno da escola desde a primeira à quarta classe.
Quanto ao meu percurso de vida, com cerca de 5/6 anos já tinha que ajudar meus pais nos diversos trabalhos campestres (apanhar azeitona, etc..). Quando terminei a Primária, além de continuar a ajudar meus pais,  comecei  também a trabalhar com uns canalizadores. Porém, com eles nada aprendia, nem aprendi, porque eles nada me ensinavam. Apenas me punham a carregar com as malas de ferramentas, com os tubos , a limpar esgotos, etc.
Os meus pais de nada se apercebiam porque eram pessoas simples e porque, naquele tempo, o trabalho do campo era de sol a sol. Ao  sábado também se trabalhava e muitas vezes o trabalho ficava a uma distância de cerca 40/50 quilómetros de  casa (e o meio de transporte era um burro )  e ao domingo era para tratar do quintal.
Aos 15 anos, vim trabalhar para Lisboa como Marçano, mas continuava a trabalhar como escravo, pois não me pagavam no final do mês e quando saía de um patrão para ir para outro diziam que já tinham pago. Por isso, ainda tive de dormir na rua várias noites.
 Entretanto, de Marçano, passei a trabalhar em Casas de Pasto, mas a situação era a mesma, sem ordenado, sem folgas, etc.
Aos 21 anos, ingressei no cumprimento do meu dever do Serviço Militar Obrigatório. Cumpri, na totalidade, cerca de 47 meses. Cerca de 19 meses em Portugal Continental e aproximadamente 28 meses na então província ultramarina de Angola.
Enfrentei e participei na então Guerra Colonial, de onde regressei bastante traumatizado.
Apesar disso, procurei trabalho/emprego. E, para além de alguns trabalhos de somenos importância, em 01/05/1975, consegui ingressar nos quadros da empresa TLP, que, com algumas reestruturações veio a dar origem à Portugal Telecom.
 Ingressei com a categoria de Auxiliar não Especializado; depois passei a Técnico de Telecomunicações de Linhas; em seguida, passei a Técnico de Telecomunicações de Cabos; Passei, depois, a Técnico Administrativo; e, finalmente, já na Portugal Telecom,  exerci as funções de Técnico de Apoio à Gestão. 
Sempre desempenhei as minhas funções o melhor que sabia e podia, com o sacrifício muitas vezes da minha própria saúde e o da minha família (esposa e filho). Em contrapartida, a Empresa também me concedeu um bom vencimento enquanto estive ao serviço.
Mas, retomando, agora, o assunto do meu processo de aprendizagem formal, oficial, somente depois de ter o minha situação estabilizada na Empresa TLP/Portugal Telecom me foi "possível" voltar  à mesma.
E, assim, tendo partido apenas com a 4ªclasse e já com cerca de 26/27 anos comecei pelo ciclo preparatório até ao antigo 7ºano do liceu. Ainda tive de fazer também um chamado "ano propedêutico"; ano esse que o ministro da Educação da altura resolveu arranjar para se poder entrar no ensino superior.
Após ter concluído o referido ano, ingressei no ensino superior no curso de Línguas e Literaturas Modernas, Variante de Francês-Português, o qual acabei por concluir .
Devo sublinhar que todos esses imensos anos, desde o ciclo preparatório até à conclusão da licenciatura foram feitos a trabalhar de dia e a estudar à noite com todos os sacrifícios que daí decorreram, nomeadamente em termos de saúde própria e de familiares (esposa e filho pequeno).
Desse modo, alguns anos após a licenciatura, ainda lecionei as disciplinas de Francês e de Português ( 2º e 3º ciclos do ensino básico e 11ºano do ensino Secundário)durante cerca de pouco mais de 1 ano. Ainda lecionei também a disciplina de Francês (iniciação) para reformados durante cerca de 2 anos letivos num Centro Comunitário da Câmara Municipal da Amadora.


Na nossa ULTI. frequentei, há cerca de três anos, as disciplinas de informática, de francês e de inglês durante aproximadamente dois meses..
E, finalmente, neste ano letivo (2014/2015), tenho vindo a frequentar, há cerca de 2/3 meses as disciplinas de Informática, de Iniciação Musical e Solfejo e de Canto Coral.
 Porém, terei de suspender, de imediato, a frequência de pelo menos estas duas últimas disciplinas (por razões várias, nomeadamente por doenças graves crónicas de minha esposa).

Obrigado,  PROFESSOR,
A. Matos

domingo, 25 de outubro de 2015

ASPETOS DA VIDA E DA OBRA DE SOPHIA DE MELLO BREYNER

Imagem de Jesus nos céus






SOPHIA E O SEU PROFUNDO CRISTIANISMO



Sophia de Mello Breyner Andresen[1] GCSEGCIH (Porto, 6 de Novembro de 1919Lisboa, 2 de Julho de 2004) foi uma das mais importantes poetisas portuguesas do século XX. Foi a primeira mulher portuguesa a receber o mais importante galardão literário da língua portuguesa, o Prémio Camões, em 1999. O seu corpo está no Panteão Nacional desde 2014. Tem uma biblioteca com o seu nome em Loulé.




A Vida de Sophia de Mello Breyner Andresen[editar | editar código-fonte]

Sophia de Mello Breyner Andresen nasceu a 6 de Novembro de 1919 no Porto.[2] [3] Sophia era filha de Maria Amélia de Mello Breyner e de João Henrique Andresen. Tem origem dinamarquesa pelo lado paterno. O seu bisavô, Jan Heinrich Andresen, desembarcou um dia no Porto e nunca mais abandonou esta região, tendo o seu filho João Henrique comprado, em 1895, a Quinta do Campo Alegre, hoje Jardim Botânico do Porto.[4] Como afirmou em entrevista, em 1993,[5] essa quinta "foi um território fabuloso com uma grande e rica família servida por uma criadagem numerosa".[4] A mãe, Maria Amélia de Mello Breyner, é filha do Tomás de Mello Breyner, conde de Mafra, médico e amigo do rei D. Carlos. Maria Amélia é também neta do conde Henrique de Burnay, um dos homens mais ricos do seu tempo.
Criada na velha aristocracia portuguesa, educada nos valores tradicionais da moral cristã, foi dirigente de movimentos universitários católicos quando frequentava Filologia Clássica na Universidade de Lisboa (1936-1939)[2] [3] que nunca chegou a concluir. Colaborou na revista Cadernos de Poesia, onde fez amizades com autores influentes e reconhecidos: Ruy Cinatti e Jorge de Sena.[2] [3] Veio a tornar-se uma das figuras mais representativas de uma atitude política liberal, apoiando o movimento monárquico e denunciando o regime salazarista e os seus seguidores. Ficou célebre como canção de intervenção dos Católicos Progressistas a sua "Cantata da Paz", também conhecida e chamada pelo seu refrão: "Vemos, Ouvimos e Lemos. Não podemos ignorar!"
Casou-se, em 1946, com o jornalista, político e advogado Francisco Sousa Tavares[2] [3] e foi mãe de cinco filhos: uma professora universitária de Letras, um jornalista e escritor de renome (Miguel Sousa Tavares), um pintor e ceramista e mais uma filha que é terapeuta ocupacional e herdou o nome da mãe. Os filhos motivaram-na a escrever contos infantis.
Em 1964 recebeu o Grande Prémio de Poesia pela Sociedade Portuguesa de Escritores pelo seu livro Livro sexto. Já depois da Revolução de 25 de Abril, foi eleita para a Assembleia Constituinte, em 1975, pelo círculo do Porto numa lista do Partido Socialista, enquanto o seu marido navegava rumo ao Partido Social Democrata.
Distinguiu-se também como contista (Contos Exemplares) e autora de livros infantis (A Menina do Mar, O Cavaleiro da Dinamarca, A Floresta, O Rapaz de Bronze, A Fada Oriana, etc.). Foi também tradutora de Dante Alighieri e de Shakespeare e membro da Academia das Ciências de Lisboa. Para além do Prémio Camões, foi agraciada com um Doutoramento Honoris Causa em 1998 pela Universidade de Aveiro[6] e também foi distinguida com o Prémio Rainha Sofia, em 2003.
Sophia de Mello Breyner Andresen faleceu, aos 84 anos, no dia 2 de Julho de 2004, em Lisboa,[2] [3] no Hospital da Cruz Vermelha. O seu corpo foi sepultado no Cemitério de Carnide. Em 20 de Fevereiro de 2014, a Assembleia da República decidiu homenagear por unanimidade a poetisa com honras de Panteão.[7] [8] A cerimónia de trasladação teve lugar a 2 de julho de 2014.[9] [10]
Desde 2005, no Oceanário de Lisboa, os seus poemas com ligação forte ao Mar foram colocados para leitura permanente nas zonas de descanso da exposição, permitindo aos visitantes absorverem a força da sua escrita enquanto estão imersos numa visão de fundo do mar.

Caracterização da obra[editar | editar código-fonte]

Da sua infância e juventude, a autora recorda sobretudo a importância das casas, lembrança que terá grande impacto na sua obra, ao descrever as casas e os objectos dentro delas, dos quais se lembra. Explica isso do seguinte modo: "Tenho muita memória visual e lembro-me sempre das casas, quarto por quarto, móvel por móvel e lembro-me de muitas casas que desapareceram da minha vida (…). Eu tento «representar», quer dizer, "voltar a tornar presentes» as coisas de que gostei e é isso o que se passa com as casas: quero que a memória delas não vá à deriva, não se perca".[11]
Está presente em Sophia também uma ideia da poesia como valor transformador fundamental. A sua produção corresponde a ciclos específicos, com a culminação da actividade da escrita durante a noite: "não consigo escrever de manhã, (…) preciso daquela concentração especial que se vai criando pela noite fora.".[11] A vivência nocturna da autora é sublinhada em vários poemas ("Noite", "O luar", "O jardim e a noite", "Noite de Abril", "Ó noite"). Aceitava a noção de poeta inspirado, afirmava que a sua poesia lhe acontecia, como a Fernando Pessoa: "Fernando Pessoa dizia: «Aconteceu-me um poema». A minha maneira de escrever fundamental é muito próxima deste «acontecer». (…) Encontrei a poesia antes de saber que havia literatura. Pensava mesmo que os poemas não eram escritos por ninguém, que existiam em si mesmos, por si mesmos, que eram como que um elemento do natural, que estavam suspensos imanentes (…). É difícil descrever o fazer de um poema. Há sempre uma parte que não consigo distinguir, uma parte que se passa na zona onde eu não vejo.".[12] A sua própria vida e as suas próprias lembranças são uma inspiração para a autora, pois, como refere Dulce Maria Quintela[13] , ela "fala de si, através da sua poesia".
Sophia de Mello Breyner Andresen fez-se poeta já na sua infância, quando, tendo apenas três anos, foi ensinada "A Nau Catrineta" pela sua ama Laura[13] ):

"Havia em minha casa uma criada, chamada Laura, de quem eu gostava muito. Era uma mulher jovem, loira, muito bonita. A Laura ensinou-me a "Nau Catrineta" porque havia um primo meu mais velho a quem tinham feito aprender um poema para dizer no Natal e ela não quis que eu ficasse atrás… Fui um fenómeno, a recitar a "Nau Catrineta", toda. Mas há mais encontros, encontros fundamentais com a poesia: a recitação da "Magnífica", nas noites de trovoada, por exemplo. Quando éramos um pouco mais velhos, tínhamos uma governanta que nessas noites queimava alecrim, acendia uma vela e rezava. Era um ambiente misto de religião e magia… E de certa forma nessas noites de temporal nasceram muitas coisas. Inclusivamente, uma certa preocupação social e humana ou a minha primeira consciência da dureza da vida dos outros, porque essa governanta dizia: «Agora andam os pescadores no mar, vamos rezar para que eles cheguem a terra» (…)."[14]
Baseando-nos nas observações de Luísa Pessoa[15] , desenvolvamos alguns dos tópicos mais relevantes na sua criação literária:
A infância e juventude – constituem para a Autora um espaço de referência ("O jardim e a casa", Poesia, 1944; "Casa", Geografia, 1967; "Casa Branca", Poesia, 1944; "Jardim Perdido", Poesia, 1944; "Jardim e a Noite", Poesia, 1944).
O contacto com a Natureza também marcou profundamente a sua obra. Era para a Autora um exemplo de liberdade, beleza, perfeição e de mistério e é largamente citada da sua obra, quer citada pelas alusões à terra (árvores, pássaros, o luar), quer pelas referências ao mar (praia, conchas, ondas).
O Mar é um dos conceitos-chave na criação literária de 'Sophia de Mello Breyner Andresen: "Desde a orla do mar/ Onde tudo começou intacto no primeiro dia de mim".[16] O efeito literário da inspiração no Mar pode se observar em vários poemas, como, por exemplo, "Homens à beira-mar" ou "Mulheres à beira-mar". A autora comenta isso do seguinte modo:
"Esses poemas têm a ver com as manhãs da Granja, com as manhãs da praia. E também com um quadro de Picasso. Há um quadro de Picasso chamado Mulheres à beira-mar. Ninguém dirá que a pintura do Picasso e a poesia de Lorca tenham tido uma enorme influência na minha poesia, sobretudo na época do Coral… E uma das influências do Picasso em mim foi levar-me a deslocar as imagens."[16]
Outros exemplos em que claramente se percebe o motivo do mar são: "Mar" em Poesia, 1944; "Inicial" em Dual, 1972; "Praia" em No Tempo dividido; "Praia" em Coral, 1950; "Açores" em O Nome das Coisas, 1977. Neles exprime-se a obsessão do mar, da sua beleza, da sua serenidade e dos seus mitos. O Mar surge aqui como símbolo da dinâmica da vida. Tudo vem dele e tudo a ele regressa. É o espaço da vida, das transformações e da morte.
A cidade constitui outro motivo frequentemente repetido na obra de SMB ("Cidade" em Livro Sexto, 1962; "Há Cidades Acesas", Poesia, 1944; "Cidade" em Livro Sexto, 1962; "Fúrias", Ilhas, 1989). A cidade é aqui um espaço negativo. Representa o mundo frio, artificial, hostil e desumanizado, o contrário da natureza e da segurança.
Outro tópico acentuado com frequência na obra de Sophia é o tempo: o dividido e o absoluto que se opõem. O primeiro é o tempo da solidão, medo e mentira, enquanto o tempo absoluto é eterno, une a vida e é o tempo dos valores morais ("Este é o Tempo", Mar Novo, 1958; "O Tempo Dividido", No Tempo Dividido, 1954). Segundo Eduardo Prado Coelho,[17] o tempo dividido é o tempo do exílio da casa, associado com a cidade, porque a cidade é também feita pelo torcer de tempo, pela degradação.
'Sophia de Mello Breyner Andresen era admiradora da literatura clássica. Nos seus poemas aparecem frequentemente palavras de grafia antiga (Eurydice, Delphos, Amphora). O culto pela arte e tradição próprias da civilização grega são lhe próximos e transparecem pela sua obra ("O Rei de Itaca", O Nome das Coisas, 1977; "Os Gregos", Dual, 1972; "Exílio", O Nome das Coisas, 1977; "Soneto de Eurydice", No Tempo Dividido, "Crepúsculo dos Deuses", Geografia; "O Rei de Itaca", O Nome das Coisas, 1977; "Ressurgiremos", Livro Sexto, 1962).
Além dos aspectos temáticos referidos acima, vários autores [18] [19] [20] [21] sublinham a enorme influência de Fernando Pessoa na obra de 'Sophia de Mello Breyner Andresen. O que os dois autores têm em comum é: a influência de Platão, o apelo ao infinito, a memória de infância, o sebastianismo e o messianismo, o tom formal que evoca Álvaro de Campos. A figura de Pessoa encontra-se evocada múltiplas vezes nos poemas de Sophia ("Homenagem a Ricardo Reis", Dual, 1972; "Cíclades (evocando Fernando Pessoa)", O Nome das Coisas, 1977).
De modo geral, o universo temático da Autora é abrangente e pode ser representado pelos seguintes pontos resumidos[22] [23] :

Quanto ao estilo de linguagem de 'Sophia de Mello Breyner Andresen, podemos constatar[24] que Sophia de Mello Breyner tem um estilo característico, cujas marcas mais evidentes são: o valor hierático da palavra, a expressão rigorosa, o apelo à visão clarificadora, riqueza de símbolos e alegorias, sinestesias e ritmo evocador de uma dimensão ritual. Nota-se uma "transparência da palavra na sua relação da linguagem com as coisas, a luminosidade de um mundo onde intelecto e ritmo se harmonizam na forma melódica, perfeita".[25]
A opinião sobre ela de alguns dos mais importantes críticos literários portugueses é a mesma: o talento da autora é unanimemente apreciado. Eduardo Lourenço afirma que a Sophia de Mello Breyner tem uma sabedoria "mais funda do que o simples saber", que o seu conhecimento íntimo é imenso e a sua reflexão, por mais profunda que seja, está exposta numa simplicidade original.[26] Seguem alguns exemplos de outros estudiosos a comprovar essa opinião:

"A sua sensibilidade de poeta oscila entre o modernismo de expressão e um classicismo de tom, caracterizado por uma sobriedade extremamente dominada e por uma lucidez dialéctica que coloca muitas das suas composições na linha dos nossos melhores clássicos." (Álvaro Manuel Machado, Quem é Quem na Literatura Portuguesa)

"'Sophia de Mello Breyner Andresen é, quanto a nós, um caso ímpar na poesia portuguesa, não só pela difusa sedução dos temas ou pelos rigores da expressão, mas sobretudo por qualquer coisa, anterior a isso tudo, em que tudo isso se reflecte: uma rara exigência de essencial-idade". (David Mourão-Ferreira, Vinte Poetas Contemporâneos)
"A poesia de 'Sophia de Mello Breyner Andresen é (…) uma das vozes mais nobres da poesia portuguesa do nosso tempo. Entendamos, por sob a música dos seus versos, um apelo generoso, uma comunhão humana, um calor de vida, uma franqueza rude no amor, um clamor irredutível de liberdade – aos quais, como o poeta ensina, devemos erguer-nos sem compromissos nem vacilações." (Jorge de Sena, "Alguns Poetas de 1938" in Colóquio : Revista de Artes e Letras, nº 1, Janeiro de 1959)

Obras[editar | editar código-fonte]

Poesia[editar | editar código-fonte]



Busto de Sophia de Mello Breyner no Jardim Botânico do Porto.
  • Poesia (1945, Cadernos de Poesia, nº 1, Coimbra; 3.ª ed. 1975)
  • O Dia do Mar (1947, Lisboa, Edições Ática; 3.ª ed. 1974)
  • Coral (1950, Porto, Livraria Simões Lopes; 2.ª ed., ilustrada por Escada, Lisboa, Portugália, 1968)
  • No Tempo Dividido (1954, Lisboa, Guimarães Editores)
  • Mar Novo (1958, Lisboa, Guimarães Editores)
  • Livro Sexto (1962, Lisboa, Livraria Morais Editora; 7.ª ed. 1991)
  • O Cristo Cigano (1961, Lisboa, Minotauro, ilustrado por Júlio Pomar)
  • Geografia (1967, Lisboa, Ática)
  • Grades (1970)
  • 11 Poemas (1971)
  • Dual (1972, Coímbra Moraes Editores; 3.ª ed., Lisboa, Salamandra, 1986)
Poemas não incluídos na Obra Poética:[27]
  • "Juro que venho para mentir"; "És como a Terra-Mãe que nos devora"; "O mar rolou sobre as suas ondas negras"; "História improvável"; "Gráfico", Távola Redonda - Folhas de Poesia, nº 7, Julho, 1950.
  • "Reza da manhã de Maio"; "Poema", A Serpente - Fascículos de Poesia, nº 1, Janeiro, 1951.
  • "Caminho da Índia", A Cidade Nova, suplemento dos nº 4-5, 3.ª série, Coimbra, 1958.
  • "A viagem" [Fragmento do poema inédito "Naufrágio"], Cidade Nova, 5.ª série, nº 6, Dezembro, 1958.
  • "Novembro"; "Na minha vida há sempre um silêncio morto"; "Inverno", Fevereiro - Textos de Poesia, 1972.
  • "Brasil 77", Loreto 13 - Revista Literária da Associação Portuguesa de Escritores, nº 8, Março, 1982.
  • "A veste dos fariseus", Jornal dos Poetas e Trovadores - Mensário de Divulgação Cultural, nº 5/6, 2.ª série, Março/Abril, 1983.
  • "Oblíquo Setembro de equinócio tarde", Portugal Socialista, Janeiro, 1984.
  • "Canção do Amor Primeiro", Sete Poemas para Júlio (Biblioteca Nacional, cota nº L39709), 1988.
  • "No meu Paiz", Escritor, nº 4, 1995.
  • "D. António Ferreira Gomes. Bispo do Porto"; "Naquele tempo" ["Dois poemas inéditos"], Jornal de Letras, 16 Jun., 1999.

Ficção[editar | editar código-fonte]

Contos[editar | editar código-fonte]

Contos Infantis[editar | editar código-fonte]

Teatro[editar | editar código-fonte]

  • O Bojador (2000, Lisboa, Editorial Caminho)
  • O Colar (2001, Lisboa, Editorial Caminho)
  • O Azeiteiro (2000, Lisboa, Editorial Caminho)
  • Filho de Alma e Sangue (1998, Lisboa, Editorial Caminho)
  • Não chores minha Querida (1993, Lisboa, Editorial Caminho)

Ensaio[editar | editar código-fonte]

  • "A poesia de Cecíla Meyrelles" (1956), Cidade Nova, 4.ª série, nº 6, Novembro 1956
  • Cecília Meyrelles (1958), in Cidade Nova
  • Poesia e Realidade (1960), in Colóquio : Revista de Artes e Letras, nº 8
  • "Hölderlin ou o lugar do poeta" (1967), Jornal de Comércio, 30 de Dez. 1967.
  • O Nu na Antiguidade Clássica (1975), in O Nu e a Arte, Estúdios Cor, (2.ª ed., Lisboa, Portugália; 3.ª ed. [revista], Lisboa, Caminho, 1992)
  • "Torga, os homens e a terra" (1976), Boletim da Secretaria de Estado da Cultura, Dezembro 1976
  • "Luiz de Camões. Ensombramentos e Descobrimentos" (1980), Cadernos de Literatura, nº 5
  • "A escrita (poesia)" (1982/1984), Estudos Italianos em Portugal, nº 45/47

Tradução por 'Sophia de Mello Breyner Andresen[editar | editar código-fonte]

  • A Anunciação de Maria (Paul Claudel) – 1960, Lisboa, Editorial Aster
  • O Purgatório (Dante) – 1962, Lisboa, Minotauro
  • "A Hera", "A última noite faz-se estrela e noite" (Vasko Popa); "Às cinzas", "Canto LI", "Canto LXVI" (Pierre Emmanuel); "imagens morrendo no gesto da", "Gosto de te encontrar nas cidades estrangeiras" (Edouard Maunick), O Tempo e o Modo, nº 22 - 1964
  • Muito Barulho por Nada (William Shakespeare) - 1964
  • Medeia (Eurípedes) - 1964
  • Hamlet (William Shakespeare) – 1965
  • "Os reis Magos", tradução de um poema do Eré Frene, Colóquio : Revista de Artes e Letras, nº 43, 1967.
  • Quatre Poètes Portugais (Camões, Cesário Verde, Mário de Sá-Carneiro, Fernando Pessoa) – 1970
  • A Vida Quotidiana no Tempo de Homero, de Émile Mireaux, Lisboa, Livros do Brasil, s.d. [1979]
  • Ser Feliz, de Leif Kristianson, Lisboa, Presença, 1980
  • Um Amigo, de Leif Kristianson, Lisboa, Presença, 1981
  • Medeia, de Eurípedes (inédito) [199-]

Traduções inglesas da poesia de Sophia[editar | editar código-fonte]

Existem três traduções inglesas da poesia de Sophia:
  • Marine Rose: Selected Poems tr. Ruth Fainlight (1987, Black Swan)
  • Log Book: Selected Poems, tr. Richard Zenith (1997, Carcanet)
  • The Perfect Hour, tr. Colin Rorrison with Margaret Jull Costa (2015, Cold Hub Press)

Prémios[editar | editar código-fonte]

  • 1964 - Grande Prémio de Poesia da Sociedade Portuguesa de Escritores, atribuído a Livro Sexto.
  • 1977 - Prémio Teixeira de Pascoaes
  • 1979 – Medalha de Verneil da Societé de Encouragement au Progrés, de França
  • 1983 - Prémio da Crítica, do Centro Português da Associação Internacional de Críticos Literários, pelo conjunto da sua obra
  • 1989 - Prémio D. Dinis, da Fundação da Casa de Mateu
  • 1990 - Grande Prémio de Poesia Inasset / Inapa
  • 1992 - Grande Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura para Crianças
  • 1994 - Prémio cinquenta anos de Vida Literária, da Associação Portuguesa de Escritores
  • 1995 - Prémio Petrarca Associação de Editores Italianos
  • 1995 – Homenagem de Faculdade de Teologia da Universidade Católica de Lisboa, pelo cinquentenário da publicação do primeiro livro Poesia
  • 1995 - Outubro – Placa de Honra do Prémio Francesco Petrarca, Pádua, Itália
  • 1996 - Homenageada do Carrefour des Littératures, na IV Primavera Portuguesa de Bordéus e da Aquitânia
  • 1998 - Prémio da Fundação Luís Miguel Nava
  • 1999 - Prémio Camões (primeira mulher portuguesa a recebê-lo)
  • 2000 - Prémio Rosalia de Castro, do Pen Clube Galego
  • 2001 - Prémio Max Jacob Étrange
  • 2003 - Prémio Rainha Sophia de Poesia Ibero-americana.

Condecorações[30] [editar | editar código-fonte]

Homenagens[editar | editar código-fonte]



Breve Análise de O CAVALEIRO DA DINAMARCA    Resultado de imagem para imagens de cavaleiros medievais
Resultado de imagem para imagens de cavaleiros medievais
Análise de o CAVALEIRO DA DINAMARCA
  1. 1. Madalena Fernandes ESPAN – 2013-14
  2. 2. Toda a ação constrói-se com uma grande história acompanhada de outras histórias secundárias e intercalares que a vão colorindo e mantendo o interesse do leitor.  Ação principal: A viagem do cavaleiro. Dinamarca – noite de natal Palestina Jerusalém Dinamarca – noite de natal
  3. 3.  Ações secundárias: as ações secundárias são todas aquelas que giram à volta da ação principal – a viagem do Cavaleiro.
  4. 4. A beleza de Ravena enchia-o de espanto. Não se cansava de admirar as belas igrejas, as altas naves, … O Cavaleiro dirigiu-se para Antuérpia e aí procurou o negociante flamengo, A viagem Tremendo de febre, foi bater à porta dum convento. O Mercador alojou o Cavaleiro no seu palácio e em sua honra multiplicou as festas e os divertimentos. Procurou a casa do banqueiro Averardo, De dia percorria as ruas e as praças e visitava os conventos, os palácios, as bibliotecas e as igrejas. Etc.
  5. 5.  Introdução: ―A Dinamarca fica no Norte da Europa. Ali os Invernos são longos e rigorosos com noites muito compridas e dias curtos, pálidos e gelados… Mas as coisas tantas vezes repetidas, e as histórias tantas vezes ouvidas pareciam cada ano mais belas e mais misteriosas.‖  Desenvolvimento: ―Até que certo Natal aconteceu naquela casa uma coisa que ninguém esperava. Pois terminada a ceia o Cavaleiro voltou-se para a sua família, para os seus amigos e para os seus criados, e disse: ―…. até … ― — Que maravilhosa fogueira — pensou o Cavaleiro —. Nunca vi fogueira tão bela.‖  Desenlace ou conclusão: ―Mas quando chegou em frente da claridade viu que não era uma fogueira. Pois era ali a clareira de bétulas onde ficava a sua casa. E ao lado da casa, o grande abeto escuro, a maior árvore da floresta, estava coberta de luzes. Porque os anjos do Natal a tinham enfeitado com dezenas de pequeninas estrelas para guiar o Cavaleiro.‖
  6. 6. É uma narrativa fechada: conhecemos a conclusão. ―Mas quando chegou em frente da claridade viu que não era uma fogueira. Pois era ali a clareira de bétulas onde ficava a sua casa. E ao lado da casa, o grande abeto escuro, a maior árvore da floresta, estava coberta de luzes. Porque os anjos do Natal a tinham enfeitado com dezenas de pequeninas estrelas para guiar o Cavaleiro.‖
  7. 7.  Encadeamento: as sequências sucedem-se segundo a ordem cronológica dos acontecimentos. Ex.: “Visitou um por um os lugares santos. Rezou no Monte do Calvário e no Jardim das Oliveiras, lavou a sua cara nas águas do Jordão e viu, no luminoso Inverno da Galileia, as águas azuis do lago de Tiberíade. Procurou nas ruas de Jerusalém, no testemunho mudo das pedras, o rasto de sangue e sofrimento que ali deixou o Filho do Homem perseguido, humilhado e condenado. E caminhou nos montes da Judeia, que um dia ouviram anunciar o mandamento novo do amor.”
  8. 8. visitou rezou lavou viu
  9. 9.  Encaixe: uma ação é introduzida no meio de outra. Nota: pode ser uma ou várias ações. Essa ação ou essas ações são chamadas de ações intercalares.
  10. 10. Hist.1: Vanina/Guidobaldo Hist.4: Expedições portuguesas Na viagem do regresso, são contadas várias histórias: Dante/Beatriz Hist.3: Hist:2: Giotto/Cimabué
  11. 11.  Relevo/papel:  Principal/protagonista/herói:  Secundárias: O cavaleiro. a mulher do Cavaleiro; os filhos; o Mercador de Veneza; o Banqueiro Averardo; o Negociante Flamengo; Filippo e o Capitão do Navio.
  12. 12.  Figurantes: os criados, os amigos, os lenhadores, os moradores da Povoação, os outros peregrinos, os amigos do Banqueiro, os frades e os capitães dos navios de Antuérpia.
  13. 13. O Cavaleiro, tal como o nome indica, representa uma época e uma classe social. Não sabemos o seu nome nem a sua aparência. Só são traçadas as linhas gerais da sua personalidade, a dos cavaleiros que cruzavam e viviam na Europa naquele tempo. Tem fortes laços familiares, é um seguidor da fé, mas um ignorante quanto à cultura nova italiana e dos movimentos da Europa, a nível comercial e expedições. Vive no mundo restrito da sua floresta, da sua casa.
  14. 14. É E uma personagem plana. é também uma personagem-tipo, porque representa um determinado grupo social – os cavaleiros.
  15. 15. Em relação ao Cavaleiro, temos uma caracterização indireta. O leitor, a partir da sua leitura, deduz como é que é o Cavaleiro fisicamente e psicologicamente. Ex.: ―Vou em peregrinação à Terra Santa…‖ ―Rezou pelo fim das misérias e das guerras, rezou pela paz e pela alegria do mundo.‖ ―A beleza de Ravena enchia-o de espanto.‖ ―…o Cavaleiro mal podia acreditar naquilo que os seus olhos viam.‖ ―- …Tenho de partir. Prometi à minha mulher, aos meus filhos, aos meus parentes e criados que estaria com eles no próximo Natal.‖ ―Caminhava ao acaso, levado por pura esperança, pois nada via e nada ouvia.‖  A partir destas frases, podemos deduzir que o Cavaleiro é um grande crente, bondoso, sensível, cumpridor, corajoso, forte, curioso, leal, determinado, persistente, etc.
  16. 16. ―Um velho de grandes barbas…‖ – um dos lenhadores. ―…penetrou na sala um homem alto e forte, de aspeto rude, pele queimada pelo sol e andar baloiçado. — Este é um dos capitães dos meus navios — disse o negociante —. Voltou há dois dias duma viagem.‖ – o capitão. ―…um homem de belo aspeto e longos cabelos anelados que se chamava Filippo…‖ Estes são alguns exemplos de caracterização direta.
  17. 17. O tempo cronológico: O Cavaleiro vai gastar 2 anos na sua peregrinação à Terra Santa.  Marcas da passagem do tempo – dia, mês, ano, estações, noites/dias, etc. Ex.: ―certo Natal‖; ―Na Primavera‖; ―muito antes do Natal‖; ―Quando chegou o dia de Natal, ao fim da tarde,‖; ―quando na torre das Igrejas bateram as doze badaladas da meia-noite‖; ―dois meses‖; ―Depois, em fins de Fevereiro,‖; ―meados de Março‖; ―Mas passados cinco dias‖; ―Durante o dia‖; ―À noite‖; ―Certa noite, terminada a ceia,‖; ―ao cabo desse mês‖; ―E daí a três dias,‖; ―Mas já no fim do caminho,‖; ―ao cabo de cinco semanas de descanso‖; ―Era o dia 24 de Dezembro‖; ―Antes da meia-noite,‖; ―Mas quando chegou em frente da claridade‖… 
  18. 18. O tempo histórico: é o tempo dos cavaleiros, das expedições marítimas e de Pêro Dias . Por volta do séc. XV/XVI Ex.: ―Chegou o tempo das navegações, começou uma era nova e os homens capazes de empreendimento podem agora ganhar fortunas fabulosas. Associa-te comigo. Viajarás nos meus navios. E talvez mesmo um dia possas navegar para o Sul, para as novas terras, nas caravelas dos portugueses.‖
  19. 19.  Tempo psicológico: ―Então desceu sobre ele uma grande paz e uma grande confiança e, chorando de alegria, beijou as pedras da gruta. Rezou muito, nessa noite, o Cavaleiro. Rezou pelo fim das misérias e das guerras, rezou pela paz e pela alegria do mundo. Pediu a Deus que o fizesse um homem de boa vontade, um homem de vontade clara e direita, capaz de amar os outros. E pediu também aos Anjos que o protegessem e guiassem na viagem de regresso, para que, daí a um ano, ele pudesse celebrar o Natal na sua casa com os seus.‖ ―E devagar anoiteceu mais. As horas uma por uma foram passando e longamente o Cavaleiro avançou perdido na escuridão.‖ ―O Cavaleiro ouvia-os moverem-se em leves passos sobre a neve, sentia a sua respiração ardente e ansiosa, adivinhava o branco cruel dos seus dentes agudos.‖ ―Caminhava ao acaso, levado por pura esperança, pois nada via e nada ouvia.‖
  20. 20. Classificação quanto à sua presença: No Cavaleiro da Dinamarca, o narrador é não participante. A narração é feita na 3ª pessoa. ―Naquele tempo as viagens eram longas, perigosas e difíceis, e ir da Dinamarca à Palestina era uma grande aventura. Quem partia poucas notícias podia mandar e, muitas vezes, não voltava. Por isso a mulher do Cavaleiro ficou aflita e inquieta com a notícia. Mas não tentou convencer o marido a ficar, pois ninguém deve impedir um peregrino de partir. Na Primavera o Cavaleiro deixou a sua floresta e dirigiu-se para a cidade mais próxima, que era um porto de mar. Nesse porto embarcou, e, levado por bom vento que soprava do Norte para o Sul, chegou muito antes do Natal às costas da Palestina. Dali seguiu com outros peregrinos para Jerusalém.‖
  21. 21. Os narradores mudam de acordo com a história que é narrada. A viagem é narrada na 3ªp. A história de Vanina é narrada pelo Mercador de Veneza. A história de Pêro Dias é narrada pelo Capitão A história de Dante e de Beatriz é narrada pelo Filippo. A história de Giotto e de Cimabué é narrada pelo Filippo.
  22. 22. •Descrição: ―A Dinamarca fica no Norte da Europa.‖ – Presente do Indicativo . ―Nessa floresta morava com a sua família um cavaleiro.‖ – Pretérito Imperfeito do Indicativo. Na descrição, também aprecem os adjetivos e os recursos expressivos. •Narração: ―Mas um dia chegou a Veneza um homem que não temia Orso.‖ Pretérito Perfeito do Indicativo.
  23. 23. • Diálogo: ―Vanina sacudiu os cabelos e disse-lhe: - Hoje não me posso pentear porque não tenho pente. - Tens este que eu te trago e que mesmo feito de oiro brilha menos do que o teu cabelo.‖ • Monólogo: ―- Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade.‖
  24. 24.  Adjetivação: ―… quando Vanina chegou aos dezoito anos não quis casar com Arrigo porque o achava velho, feio e maçador. ―  Enumeração: ― (…) uma grande floresta de pinheiros, tílias, abetos e carvalhos‖.  Personificação: ―Então a neve desaparecia e o degelo soltava as águas do rio que corria ali perto e cuja corrente recomeçava a cantar noite e dia entre ervas, musgos e pedras.‖
  25. 25.  Comparação: ―a floresta era como um labirinto sem fim onde os caminhos andavam à roda e se cruzavam e desapareciam‖ Metáfora: ―… de novo a floresta ficava imóvel e muda presa em seus vestidos de neve e gelo.‖  Hipérbole: Os seus cabelos ―…eram tão perfumados que de longe se sentia na brisa o seu aroma.‖
Origem : WIKIPEDIA